Medição direta de distâncias
Prof. Dr. Marcelo de Carvalho Alves
Departamento de Engenharia
Universidade Federal de Lavras
Lavras, MG
Introdução
Na planimetria, o objetivo é obter grandezas
lineares e angulares num plano horizontal,
enquanto que na altimetria, são obtidas medidas
lineares e angulares na vertical e em planos que
contêm a vertical da localidade definida pela
direção do fio de prumo.
Introdução
As grandezas lineares são principalmente a
distância horizontal ( H ), a distância vertical ou
diferença de nível (d). Quando se deseja medir a
distância inclinada AB ou de EF , é necessário
conhecer o ângulo de inclinação α .
Medição de distância horizontal e diferença
de nível em levantamento topográfico
Diastímetros: intrumentos utilizados na medição
direta de distâncias. Ex: Trenas, fitas de aço e
correntes de agrimensor
Acessórios: Utilizados para localizar e materializar
o ponto topográfico no terreno. Ex: piquetes,
estacas, balizas e fichas.
Medição de distâncias com trena
Trenas, balizas e piquetes utilizados
no levantamento topográfico.
Medição de distâncias com trena
Etapas: (i) esticar a trena sobre a superfície, (ii)
aplicar tensão nas extremidades, (iv) nivelar a
trena, (v) definir o comprimento a ser medido, (vi)
ler o valor demarcado e (vii) registrar a distância.
Medição de distâncias com trena
Na medição de distância entre os pontos A e B ,
procura-se medir a projeção A’ , B’ no plano
topográfico H’
Medição de distâncias com trena
Na medição de distâncias maiores que o
comprimento dos diastímetros, deve-se evitar
sair do alinhamento, com o uso de balizamentos.
No balizamento, precisa-se de três pessoas, o
balizeiro de ré, o de vante e o intermediário, cada
um com uma baliza
Balizamento
Medição de grandes distâncias com diastímetro
Medição com trena em terrenos
inclinados ou sobre vegetação
A trena pode ser mantida horizontalmente com
fios de prumo.
A trena pode ser mantida sobre a inclinação, e
uma correção pode ser realizada para se obter a
distância horizontal.
O ângulo vertical pode ser medido para cada
inclinação, para o cálculo posterior da distância
horizontal.
Prolongamento de um alinhamento
Prolongamento de alinhamento de grandes distâncias por meio de balizas
Traçado de perpendiculares
Uso do triângulo retângulo para traçar
perpendiculares
Traçado de perpendiculares
Uso do triângulo isósceles para traçar
perpendiculares
Transposição de obstáculos
Pontos extremos do alinhamento não
intervisíveis
Transposição de obstáculos
Para os triângulos formados tem-se:
em que,
Transposição de obstáculos
Pontos extremos do alinhamento visíveis
Localização de detalhes
Localização de detalhes com o uso de diastímetros.
Medição de ângulos e levantamento
planimétrico com diastímetros
lei dos co-senos
Na prática, pode-se utilizar a = c , para que o
ângulo possa ser determinado por tabelas.
Caderneta de campo para
levantamento de uma poligonal com
diastímetro
Alinhamento H (m) Corda (m)
A B 4
B C 3
A C 5
C D 4
D E 3
C E 5
E F 3
F G 4
G E 5*
G H 4
H A 3
A G 5
*Corda de ângulo externo.
Levantamento da poligonal
ABCDEFGH com diastímetro
Avaliação da área
A área ( A ) pode ser determinada observando o
gráfico da poligonal e calculando-se a área do
triângulo BAC da Figura anterior com base nas
seguintes equações:
ou
em que,
a,b, c são os lados do triângulo.
Avaliação da área
No caso de se conhecer o valor de um ângulo, a
área do triângulo BAC da Figura anterior pode ser
calculada por:
Correções de distâncias medidas
com trena
As cinco principais situações nas quais o topógrafo
pode necessitar aplicar correções durante a medição
ou locação com trena são:
Calibração de trenas.
Variações de temperatura.
Inclinações.
Catenária.
Tensão incorreta.
Correções de distâncias medidas
com trena
Após determinar o erro, a distância real para uma
linha medida pode ser obtida incorporando as
correções na seguinte equação:
Distância real = Distância medida + ∑ correções
Calibração de trenas
Levantamento
realizado
realizado: Mediu-se a distância e
posteriormente constatou-se tamanho equivocado da
trena, pode-se adotar a regra: para uma
trena
trena
mais
mais
longa
longa deve-se
adicionar
adicionar uma correção de distância e
para uma
trena
trena
mais
mais
curta
curta deve-se
subtrair
subtrair o valor
de correção.
Calibração de trenas
Planejamento
Planejamento
do levantamento: Pretende-se
realizar uma medição com uma trena mais longa ou
mais curta: para uma
trena
trena
mais
mais
longa
longa deve-se
subtrair
subtrair uma correção de distância e para uma
trena
trena
mais curta
mais curta deve-se
somar
somar o valor de correção.
Calibração de trenas
A correção erro causado pelo comprimento incorreto
da trena pode ser:
em que C
L
é
a correção (m), l é a medida real da
trena (m), é o comprimento nominal da trena (m) e L
é a medida registrada do comprimento da linha (m).
Variações de temperatura
O coeficiente de dilatação linear das trenas de aço
é 0,0000116 por grau Celsius.
A mudança de temperatura de C causará uma
mudança no comprimento de aproximadamente
0,002 m em uma trena de 30 m.
Variações de temperatura
A correção de uma trena para variações de
temperatura (C
t
) é :
C
t
= k(T
1
- T) L
em que, k é o coeficiente termal de expansão e
contração da trena, T
1
é a temperatura (
o
C) no
momento da medição, T
é a temperatura da
trena (
o
C) sob condições padrão e L é o
comprimento da linha (m).
Correções de inclinação e de alinhamento
horizontal
Se o ângulo de altura ( α ) é determinado, a
distância horizontal entre os pontos A e B pode
ser calculada por meio da relação:
H = Lcos α
em que H é a distância horizontal (m) entre os
pontos, L é o comprimento da declividade (m)
entre os pontos e α, o ângulo de altura (
o
) a partir
do plano horizontal, normalmente obtido por
clinômetro ou teodolito.
Correções de inclinação e de alinhamento
horizontal
Se a diferença de elevação d entre os dois pontos
é conhecida, a distância horizontal pode ser
calculada pelo teorema de Pitágoras:
Correções de inclinação e de alinhamento horizontal
Correções de inclinação e de alinhamento
horizontal
Considere c o fator de correção causado pelo erro
de alinhamento horizontal ou inclinação e L-c a
distância horizontal H:
Na prática, o termo c
2
pode ser desprezado,
portanto:
Correções de tensão
Quando uma trena é esticada com uma tensão
maior do que a padrão, a extensão da trena será
maior do que o comprimento padrão.
Correções de tensão
A correção de tensão, C
P
, pode ser calculada por:
em que C
P
é uma correção positiva (m), P
1
é a
tensão aplicada (kg), P é a tensão padrão (kg), A é a
área da seção transversal (cm
2
), L é o comprimento
da linha observada (m) e E é o módulo de
elasticidade do aço (kg cm
-2
).
Correções de catenária
Quando uma trena de aço é segura somente pelas
extremidades, será formada uma curvatura da
trena conhecida por catenária.
Correções de catenária
Para corrigir o efeito de catenária, pode-se utilizar
a seguinte correção:
em que, C
S
é o valor negativo da correção de
catenária (m), L
S
é o comprimento observado (m)
e W é o peso da trena (Kg m
-1
).
Resumo dos erros causados por
levantamento com trena
Tipo de Erro Fonte de Erro
(Instrumental,
Natural,
Humano)
Sistemático
(S) ou
aleatório (A)
Magnitude do erro
Comprimento da trena I S 0,01 m
Temperatura N S ou A 20 ºC
Tensão H S ou A 20 kg
Catenária N, H S 20 cm no centro da linha
Alinhamento H S 1,1 m em uma extremidade
Trena não nivelada H S 1,1 m diferença de altura
Prumo H A 0,01 m
Marcação H A 0,01 m
Leitura H A 0,01 m