Sistema de posicionamento global
por satélites
Prof. Dr. Marcelo de Carvalho Alves
Departamento de Engenharia
Universidade Federal de Lavras
Lavras, MG
q INTRODUÇÃO
q O conceito de posicionamento por satélite iniciou com
o lançamento do primeiro satélite Sputnik pela União
Soviética em outubro de 1957.
q O desenvolvimento da primeira geração de sistemas
de posicionamento de satélite iniciou em 1958.
q INTRODUÇÃO
q Esses sistemas eram denominados de navegação
marinha por sistema de satélite (NNSS), ou de
sistema TRANSIT, e eram operados sobre o princípio
Doppler.
q INTRODUÇÃO
q O desvio Doppler (alterações na frequência) dos
sinais transmitidos a partir de satélites foi observado
por receptores em estações terrestres.
q A constelação de satélites no sistema TRANSIT
apresentava entre cinco e sete satélites, em órbitas
polares e altitudes de aproximadamente 1100 km.
q INTRODUÇÃO
q Devido ao sucesso da tecnologia Doppler, o
Departamento de Defesa dos EUA (DoD) iniciou o
desenvolvimento do sistema de navegação por
satélite com base em tempo e distância (NAVSTAR)
e o Sistema de Posicionamento Global (GPS).
q INTRODUÇÃO
q O primeiro satélite utilizado no desenvolvimento e
testes do sistema foi colocado em órbita em 1978.
q O sistema de posicionamento global completo custou
US$ 12 bilhões e tornou-se totalmente operacional
em dezembro de 1993.
q INTRODUÇÃO
q Atualmente, o conjunto completo de sistemas de
satélite utilizados em posicionamento, inclui sistemas
de posicionamento desenvolvido em países do
continente Europeu, EUA, Rússia e China, sendo
denominado de sistema global de navegação por
satélites (GNSS).
q INTRODUÇÃO
q O tamanho e o custo de equipamentos de
levantamento por satélite foram reduzidos quando
comparado aos do princípio Doppler.
q Procedimentos de campo e escritório relacionados
aos levantamentos também foram simplificados, de
modo a se obter elevada precisão em tempo real.
Receptores de satélite de última geração.
q As vantagens dos sistemas GPS são:
q Determinar distâncias e os componentes de direção
X, Y, Z, ou E, N, h, ou latitude, longitude e altitude;
q Não é necessário fazer visada. No entanto, deve-se
ter vista limpa do céu, para se observar satélites;
q Alguns equipamentos são a prova d'água;
q Podem ser utilizados em períodos diurnos e noturnos
ou em condições de neblina;
q Os equipamentos podem ser utilizados por apenas
uma pessoa, sem perca de tempo e trabalho;
q Não é necessário alta habilidade do operador;
q A posição pode ser obtida na terra, no mar ou no ar;
q Linhas de base de centenas de quilômetros podem
ser determinadas, sem a necessidade de redes
geodésicas extensas, como em levantamentos
convencionais;
q Medidas contínuas podem ser realizadas para
melhorar o monitoramento de deformações.
q As desvantagens do GPS são:
q É necessário boa visualização do céu para o rastreio
de satélites, podendo ser um problema para o
levantamento de construções e obras de engenharia.
q Os equipamentos não funcionam bem dentro de
edificações ou no subsolo;
q O equipamento apresenta custo elevado. Um par de
GPS custa o mesmo que três ou quatro estações
totais eletrônicas;
q Deve-se conhecer as projeções locais e datum de
uma localidade, bem como o sistema de
coordenadas dos satélites para se obter pontos
representativos e com significado regional;
q O valor da altitude determinada por satélite pode não
ser a mesma utilizada em um projeto de engenharia,
pois no sistema de coordenadas GPS, qualquer
altitude de pontos na superfície terrestre será relativa
a um datum, ou superfície de um elipsoide.
q Alguns GPS podem apresentar um modelo geoidal
em um software, porém o modelo é grosseiro.
Sistema GPS
O sistema de posicionamento global pode
ser dividido em três partes:
(a) o segmento espacial,
(b) o segmento de controle, e
(c) o segmento de usuário
Segmento Espacial
Consiste de 24 satélites que operam em seis
planos orbitais espaçados em intervalos de
60° inclinados em 55° a partir do equador.
Quatro satélites adicionais são mantidos em
reserva como sobressalentes.
Essa configuração oferece 24 h de cobertura
via satélite entre as latitudes de 80° N e 80° S
Segmento Espacial
Segmento
espacial com
ilustrações da
constelação do
satélite Galileu
(superior
esquerdo), GPS
IIR (superior
direito), GPSII F
(inferior
esquerdo),
NAVSTAR
(inferior direito).
Segmento Espacial
Os satélites viajam em órbitas quase
circulares com altura média de 20.200 km
acima da Terra e um período orbital de 12
horas siderais.
Os satélites são identificados pelos números
de ruído pseudoaleatórios (PRN), número do
satélite (SVN) ou posição orbital.
Segmento Espacial
Relógios atômicos precisos são utilizados nos
satélites para controlar o tempo de
transmissão dos sinais.
Esses relógios são extremamente acurados,
precisos e extremamente caros.
Os relógios atômicos são feitos de césio ou
rubídio.
Segmento Espacial
Os relógios de rubídio podem perder um
segundo em 30.000 anos, enquanto os de
césio podem perder um segundo em 300.000
anos.
Relógios de hidrogênio radioativo podem
perder um segundo em 30.000.000 de anos e
tem sido proposto para satélites do futuro.
Segmento Espacial
Para efeito comparativo, relógios de cristal de
quartzo utilizados em receptores podem
perder um segundo em 30 anos.
Os relógios nos receptores são controlados
por oscilações de um cristal de quartzo que,
embora também preciso, são menos precisos
que os relógios atômicos.
Segmento de Controle
Consiste de estações de monitoramento para
rastrear os sinais e acompanhar as posições
dos satélites ao longo do tempo.
As primeiras estações de monitoramento GPS
estão em Colorado Springs, e no Havaí,
Ascension, Diego Garcia, e Kwajalein.
Segmento de Controle
As informações de rastreamento são
retransmitidas para a estação de controle
mestre no Centro de Operações Espaciais
Consolidado (CSOC), na base da Força Aérea
Schriever em Colorado Springs.
Segmento de Controle
A estação de controle mestre faz previsões
precisas das órbitas dos satélites e corrige os
parâmetros do relógio.
Essa informação é enviada para os satélites e
depois transmitida por eles como parte da sua
mensagem de transmissão utilizada pelos
receptores para prever as posições dos
satélites e erros sistemáticos do relógio.
Antena de banda L utilizada para controle de satélites
Galieu na estação terrestre da Agência Espacial
Européia (ESA) (Foto: ESA).
Segmento de Usuário
Duas categorias de receptores que são
classificados pelo acesso a dois serviços
oferecidos pelo sistema.
Esses serviços são denominados de Serviço
de Posição Padrão (SPS) e de Serviço de
Posicionamento Preciso (PPS).
Segmento de Usuário
O SPS é fornecido na frequência L1
transmitida e mais recentemente na L2, sem
nenhum custo para o usuário.
O PPS é transmitido nas frequências L1 e L2 e
está disponível para receptores com chaves
criptográficas válidas, reservadas quase que
exclusivamente para uso do DoD.
O sinal GPS
Nos satélites GPS, as portadoras, transmitidas
na banda de frequência de rádio L de micro-
ondas, são identificadas com o sinal L1 e L2,
com frequência de 1575,42 MHz e de 1227,60
MHz, respectivamente.
O sinal GPS
Diferentes tipos de informações (mensagens)
são moduladas nessas ondas portadoras.
As informações incluídas na mensagem são
almanaque, efemérides de transmissão,
coeficientes de correção do relógio do satélite,
coeficientes de correção ionosféricos e,
condição do satélite (saúde do satélite).
O sinal GPS
Diferentes tipos de informações (mensagens)
são moduladas nessas ondas portadoras.
As informações incluídas na mensagem são
almanaque, efemérides de transmissão,
coeficientes de correção do relógio do satélite,
coeficientes de correção ionosféricos e,
condição do satélite (saúde do satélite).
O sinal GPS
O sinal L1 foi modulado com o código de
precisão, ou código P, e com o código de
aquisição grosseira, ou código C/A.
O sinal L2 foi modulado apenas com o código
P.
Cada satélite transmite um único conjunto de
códigos GOLD para identificar a origem dos
sinais recebidos.
O sinal GPS
O código consiste numa sequência de estados
+1 ou -1, correspondendo aos valores binários
0 ou 1.
A modulação bifásica (mudança de sinal) é
realizada pela inversão de 180º na fase da
portadora determinando alteração nos estados
iniciais.
O sinal GPS
Modulação bifásica da onda portadora
O sinal GPS
Frequências transmitidas por GPS
Código Frequência (MHz) Fator de f
o
C/A 1,023 Dividir por 10
P 10,23 1
L1 1575,42 Multiplicar por 154
L2 1227,60 Multiplicar por 120
L5 1176,45 Multiplicar por 115
As frequências são derivadas de uma frequência
fundamental, f
0
, de 10,23 MHz.
O sinal GPS
A medição precisa do tempo de viagem do
sinal do satélite para o receptor, para
determinar as posições básicas das estações
ocupadas em tempo real, de forma
independente, foi obtida por meio da
modulação das portadoras com códigos
pseudorruídos aleatórios (PRN).
O sinal GPS
Os códigos PRN consistem de sequências
únicas de valores binários (zeros e uns) que
parecem ser aleatórios, mas são gerados por
um algoritmo matemático especial,
denominado de registros de deslocamento de
retorno.
O sinal GPS
O tempo entre a emissão do sinal do satélite
até o receptor é obtido combinando o sinal do
satélite com o sinal idêntico gerado pelo
receptor.
Isso produz o sinal de atraso, que é convertido
no tempo de viagem.
O sinal GPS
Para ajudar na correspondência dos códigos,
a mensagem de transmissão de cada satélite
contém uma palavra de identificação (‘hand-
over word’) (HOW), que consiste de alguns
bits de identificação, bandeiras e um número.
Esse número, quatro vezes, produz o tempo
de Semana (‘time of week’) (TOW), que marca
a ponta da próxima seção da mensagem.
O sinal GPS
Determinação do tempo de viagem do sinal por
correspondência de código
O sinal GPS
A mensagem de navegação é transmitida
relativamente ao tempo GPS na razão de 50
bits por segundo (bps), com duração de 30
segundos, modulada nas portadoras L1 e L2.
As informações são formatadas em cinco sub
-blocos com 6 segundos de duração, a fim de
compor um bloco com 30 segundos de
duração.
O sinal GPS
Formato dos sinais de dados
Principais componentes de um receptor GNSS